Publicidade

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Talhão, eito, carreador, leira, cana de soqueira, cana rolo, metrão e


metrinho, pirulito... Não adianta recorrer ao dicionário para en-



tender o significado destes termos que, no entanto, são tão familiares aos cor-



tadores de cana. São palavras cujo sentido é bem particular, não só à sua ati-



vidade como à região do Estado de São Paulo; nos canaviais do Nordeste, por



exemplo, alguns deles são empregados outros, porém, são desconhecidos.



Assim, antes de entrar no trabalho propriamente dito dos cortadores



de cana, vamos tentar definir os termos que nos pareceram mais importantes



para melhor entendê-los.





No decorrer do texto, outras explicações surgirão.



Também apresentaremos algumas informações gerais sobre o processo pro-



dutivo da cana, sempre com o objetivo de facilitar a compreensão.





O espaço de trabalho



O espaço de trabalho dos cortadores de cana é o canavial.



Um canavial é dividido em talhões e cada talhão é composto por várias



linhas de canas plantadas paralelas. Talhão é, portanto, a designação dada a uma área cultivada; não tem uma medida especí



fica, tanto pode medir 2 como 20 hectares. O espaçamento entre as linhas, formando as



ruas, variaconforme a topografia, a área, o tipo de solo, a variedade de cana etc, mas



em geral, se mantém uniforme em cada talhão. Estas linhas são agrupadas formando oseitos





Em geral os eitos são compostos por 5 linhas de cana, mas



podem existir eitos de 6, 7 ou 8 ruas. A extensão de cada eito também varia.





Os talhões são cercados por ruas mais largas, os carreadores, onde circulam os tratores e caminhões que transportam a cana cortada para a usina.





Acero



é a divisa entre o talhão e a estrada principal.





O processo produtivo e a divisão do trabalho



O processo produtivo da cana-de-açúcar possui diferentes etapas: o



preparo do solo; a escolha da variedade agrícola da cana; o plantio; a adu-



bação; a conservação do solo; o corte; o carregamento e o transporte para as



unidades de beneficiamento, usinas ou destilarias onde vão ser produzidos



álcool, açúcar ou outros produtos.





O corte e o carregamento tem sido rotulados de “sistema de colheita”.





No Estado de São Paulo, o mais produtivo do país, este processo é cui-



dadosamente planejado, com técnicas modernas de gestão empresarial.





A divisão do trabalho é feita de tal forma que cada etapa empregue



grupos de trabalhadores diferentes.





Este relatório tratará apenas da etapa do corte manual da cana, a que emprega o maior contingente de trabalhadores rurais. Eles trabalham apenas



na época da safra, de maio/junho a dezembro.







Para aumentar a produtividade agrícola, tem-se expandido em algumas usinas a “colheita mecanizada”, onde o corte e o carregamento são realizados



inteiramente por máquinas. Embora atual e polêmico, em virtude de aumentar o desemprego, este assunto não será abordado neste relatório; apenas re-



gistraremos a fala de um cortador:





A máquina só corta no plano e cana em pé. Cana deitada mesmo já não corta. A cana rolo, se a máquina cortar, estraga tudo... Eles põem a gente para cortar as canas ruins e a máquina para cortar as canas boas.



This post was made using the Auto Blogging Software from WebMagnates.org This line will not appear when posts are made after activating the software to full version.

Sem comentários:

Enviar um comentário