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domingo, 30 de junho de 2013

Ferimentos leves




Limpe o ferimento com bastante água corrente e sabão



Não tente retirar farpas, cacos de vidro ou partículas de metal do ferimento, a menos que saiam facilmente durante a limpeza.





Não toque no ferimento com os dedos nem com lenços usados ou outros materiais sujos.



Proteja o ferimento com gaze esterilizada ou pano limpo, sem apertar.



Mude o curativo tantas vezes quantas forem necessárias para mantê-lo limpo e seco.



verifique se o paciente é vacinado contra tétano. Em caso de dúvida, procure o médico.



Se, posteriormente, o ferimento ficar dolorido ou inchado, procure orientação médica. É sinal de infecção.





Ferimentos externos ou profundos





Os ferimentos externos ou profundos necessitam de atenção médica urgente, principalmente se:



• As bordas do ferimento não se juntam corretamente;



• Há presença de corpos estranhos;



• Pele, músculo, nervos ou tendões estão dilacerados;



• Há suspeita de penetração profunda do objeto causador do ferimento (faca, Prego, etc.)



• O ferimento é no crânio ou face





A região próxima do ferimento não tem aparência nem funcionamento normal( ou seja está roxa, não tem movimento...)





Caso haja sangramento proceder da seguinte forma:



• Use uma compressa sobre o ferimento (pano, gaze, lenço limpo)



• Coloque a compressa sobre o ferimento



• Pressione com firmeza



• Use atadura, tira de pano, gravata ou outro recurso que tenha à mão para amarrar a compressa e mantê-la bem firme no lugar.





Caso não disponha de compressa, feche a ferida com o dedo ou com a mão, evitando uma hemorragia intensa.



Aperte fortemente com o dedo ou com a mão de encontro ao osso nos pontos onde a veia ou a artéria é mais fácil de ser encontrada.





OBS: quando o ferimento for nos braços ou nas pernas e sem fraturas, a hemorragia será controlada mais facilmente se a parte ferida ficar elevada.



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LESÕES DE OSSOS, ARTICULAÇÕES E MÚSCULOS.




A – FRATURA



Fratura é o rompimento total ou parcial de qualquer osso.





Existem dois tipos de fraturas:



Fechada: o osso se quebrou, mas a pele não foi perfurada.



Exposta: o osso está quebrado e a pele rompida.





SINAIS E SINTOMAS



Dor intensa



Impossibilidade de movimentar a região afetada.





O QUE FAZER:



Imobilize o local da fratura e também as articulações próximas, acima e abaixo do local.





Para imobilizar, recorra a talas de papelão, cabos de vassouras, bengala, galho de árvore.



As talas deverão ter o comprimento suficiente para ultrapassar as articulações acima e





Abaixo da fratura.



Deverão ser amarradas com ataduras, no mínimo em quatro pontos:



- abaixo da articulação e abaixo da fratura.



- acima da articulação e acima da fratura.





B – CONTUSÕES E DISTENSÕES



Contusões e distensões são lesões provocadas por pancada ou torção sem ferimento externo.



Quando o local da contusão fica arroxeado, é sinal de que houve hemorragia ou derrame por baixo da pele. O acidentado sente dor, e o local fica inchado.





O QUE FAZER:



Imobilize e deixe a parte afetada em repouso.



A partir do segundo dia, use compressas de água quente para apressar a cura.





SE A CONTUSÃO FOR GRAVE, CONSULTE UM MÉDICO.



Entorse é a torção de uma junta ou articulação, com ruptura parcial ou total dos ligamentos.





O QUE FAZER:



Trate como se houvesse fratura.



Imobilize a parte afetada.



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ESTADO DE CHOQUE


É o estado de depressão de vários órgãos do organismo devido a uma falha circulatória, podendo levar à morte.





O QUE FAZER:



Controle ou evite a causa do estado de choque.



Conserve a vítima deitada.



Afrouxe-lhe as roupas.



Retire da boca secreções, dentaduras ou qualquer objeto.



Inicie a massagem cardíaca externa se houver ausência de pulso e dilatação pupilar.



Vire a cabeça da vitima para o lado, caso haja vômitos.



Mantenha a cabeça da vitima sempre mais baixa que o corpo.





ATENÇÃO



NÃO dê líquidos à pessoa inconsciente ou semiconsciente.



NÃO dê líquidos, caso suspeite de lesão abdominal.



NÃO dê bebidas alcoólicas.



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Queimaduras nos olhos








O que pode causar: Contato dos olhos com substâncias irritantes, como ácidos, álcalis, água quente, vapor, cinzas quentes, pó explosivo, metal fundido e chama direta. O que fazer: Lavar os olhos da vítima durante minutos, se possível com soro fisiológico. Vendá-los com gaze umedecida e levar ao médico com urgência.



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Ferimentos Abdominais Abertos:


• Caso os órgãos tenham saído da cavidade, não procure recolocá-los no lugar.



• Cubra com uma compressa úmida e limpa.



• Prenda a compressa firmemente no lugar com uma atadura, sem comprimir.



• O objetivo é proteger os órgãos expostos, por meio do curativo.





• A atadura deverá ser firme, mas não apertada. Evite ao máximo mexer nos órgãos expostos.





Ferimentos Profundos no Tórax:





• Coloque sobre o ferimento uma gaze ou um chumaço de pano ou a própria mão, para impedir a penetração do ar através do ferimento.



Seque o chumaço no lugar. Pressione com firmeza.





Um cinto ou faixa de pano passado firmemente em volta do tórax sobre o curativo será capaz de manter fechado o ferimento.



Não aperte muito o cinto ou a faixa em torno do tórax, para não prejudicar os movimentos respiratórios da vítima.



Ferimentos na Cabeça



Exceto os de menor gravidade, os ferimentos na cabeça requerem sempre pronta atenção médica.





Faça o seguinte:



Em caso de Inconsciência ou de Inquietação, deite a vítima de costas e afrouxe suas roupas, principalmente em volta do pescoço. Agasalhe a vítima.



Havendo hemorragia em ferimento no couro cabeludo, coloque uma compressa ou um pano limpo sobre o ferimento. Pressione levemente. Prenda com ataduras ou esparadrapo.



Se o sangramento for no nariz, na boca ou no ouvido, vire a cabeça da vítima para o lado que está sangrando. Se escoar pelo ouvido um líquido límpido, incolor, deixe sair naturalmente, virando a cabeça de lado.



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Massagem cardíaca:


Verifica-se o pulso da vítima através da palpação digital do pulso carotídeo. Estando esse ausente deve-se realizar a massagem, que consiste na aplicação de uma pressão sobre o tórax da vítima contra uma superfície rígida e resistente, o que provocará uma compressão do coração entre o osso esterno e a coluna vertebral, e um aumento da pressão intratorácica, provocando o esvaziamento ativo e enchimento passivo das cavidades do coração, fazendo o sangue circular por todo o organismo.



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sábado, 29 de junho de 2013

parada cardiorrespiratória


A manobra de reanimação cárdio-pulmonar (RCP) só deve ser usada em casos onde existe a parada cardíaca e respiratória (PCR) simultaneamente. A constatação dessas condições deve ser feita pelo socorrista durante o exame primário (ABC).



A parada cardiorrespiratória (PCR) pode acontecer de duas maneiras: parada cardíaca acarretando uma respiratória e parada respiratória acarretando Uma respiratória e parada respiratória acarretando uma cardíaca, que é menos grave, pois o coração continua bombeando sangue pouco oxigenado para os órgãos.



A parada cardiorrespiratório possui várias causas, dentre as mais comuns cita-se a obstrução de vias-aéreas por corpos estranhos ou queda de base de língua, o choque elétrico, overdose de drogas, choque hemorrágico e ataque cardíaco. Caso o socorrista NÃO constate presença de pulso carotídeo na vítima ou falta de batimentos cardíacos, ele deve suspeitar de parada cardíaca.



O objetivo da manobra é fornecer sangue oxigenado de forma artificial aos órgãos nobres do corpo (coração e cérebro), buscando dessa forma reverter o quadro de parada. Para saber se o paciente teve uma parada cardíaca, sinta a pulsação nos punhos, na região do pescoço (carótida) ou na virilha (femoral). A parada respiratória leva à morte num período de 3 a 5 minutos.



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Sintomas de uma vítima em PCR:


• Falta de pulsação e movimentos respiratórios.





Verificação do pulso



• Dilatação das pupilas (midríase).



• Pele fria, extremidades arroxeadas e mucosas pálidas.



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Lesão na coluna espinhal




A vítima com lesão na coluna, geralmente apresenta insensibilidade e dificuldades em movimentar os membros.





O que fazer:





Não toque e não deixe ninguém tocar na vítima.



Não vire a pessoa com suspeita de fratura de coluna



Observe atentamente a respiração e o pulso. Esteja pronto para iniciar as manobras de ressuscitação.





Ao transportar a vítima, tome os seguintes cuidados:



Use sempre maca. Na sua falta, use uma tábua ou o próprio assento do banco traseiro de algum veículo ou qualquer objeto plano rígido.



Remova a vítima para a maca, adotando-se o método de três pessoas. Carregue-a mantendo o corpo reto. A cabeça, o ombro, a bacia e as pernas deverão ficar apoiadas nos braços dos socorristas.



Evite balanços e freadas bruscas.



Use lençóis ou travesseiros no apoio do pescoço e das costas.



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CORPO ESTRANHO NOS OLHOS


São pequenas partículas de poeira ou grãos diversos que se alojam nos olhos.



A pessoa apresenta dor ou ardência, lacrimejamento e vermelhidão no olho atingido.





O QUE FAZER:



Abra bem o olho do acidentado e lave com água limpa ou soro fisiológico (+ ou – 10 min).



Se não conseguir remover o corpo estranho com facilidade, proteja o olho atingido com gaze ou pano limpo e encaminhe a pessoa ao médico.



Nunca esfregue o olho nem use colírio anestésico



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ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO




Venenos ou tóxicos são substâncias que, em contato com o organismo podem levar à morte.





Casos em que se deve suspeitar de envenenamento:



Cheiro de veneno no hálito



Mudança de cor dos lábios e da boca



Dor ou sensação de queimadura na boca e na garganta,



Estado de inconsciência, de confusão mental ou mal- estar





O que fazer:



Transportar rapidamente a vítima a um pronto socorro



Tome as medidas de primeiros socorros específicas de cada caso





Ingestão de medicamentos:





A ingestão de doses elevadas de medicamentos pode levar à intoxicação





O que fazer:





Provoque vômitos, por exemplo, passando levemente o dedo indicador ou um cabo de colher na garganta da vítima



Inicie respiração boca a boca, se necessário.



Procure um pronto socorro



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Queimaduras:




O que são: Toda e qualquer lesão decorrente da ação do calor sobre o organismo é uma queimadura.





Gravidade: Uma pessoa com 25% do corpo queimado está sujeita a "choque de queimadura" e pode morrer se não receber imediatamente os primeiros socorros.





O que pode causar queimaduras: Corpo em contato com: chama, brasa ou fogo, vapores quentes, líquidos ferventes, sólidos super-aquecidos ou incandescentes, substâncias químicas, emanações radioativas, radiações infra-vermelhas e ultra-violetas e eletricidade.





Classificação das queimaduras:





1º Grau – lesões das camadas superficiais da pele.



Ex: raios solares.





2º Grau - formação de bolhas na área atingida





3º Grau - atinge tecidos mais profundos até o osso.





Gravidade: O risco de vida está na extensão da superfície atingida devido ao estado de choque e contaminação da área (infecção bacteriana).





O que fazer: Prevenir o estado de choque. Controlar a dor e evitar contaminação.





PEQUENAS QUEIMADURAS - atingem menos de 10% do corpo.



GRANDES QUEIMADURAS – atingem mais de 10% do corpo.



Cuidados: Não fure as bolhas, evite tocar a área queimada.





Queimaduras químicas: (Ácida - soda cáustica, outros produtos químicos).





O que fazer:





Pequenas - Lavar o local com água corrente.



Extensas - Retirar toda a roupa atingida e lavar abundantemente com água a região.





Cuidados: Não aplique ungüentos, graxas, bicarbonato de sódio ou outras substâncias em queimaduras. Não retire corpos estranhos ou graxos das lesões. Não fure as bolhas existentes, nem toque com as mãos a área afetada.



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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Suspeita de hemorragia interna






A hemorragia interna é resultado de um ferimento profundo com lesão de órgãos internos.





O sangue não aparece, mas a pessoa apresenta:



• Pulso fraco,



• Sede,



• Tonturas,



• Palidez intensa,



• Pele fria ,



• Suores abundantes,



• Além disso pode estar inconsciente (estado de choque).





O que fazer



Mantenha a vítima deitada (a cabeça mais baixa que o corpo).



Quando houver suspeita de fraturas do crânio ou derrame cerebral, a cabeça deve ser mantida elevada.





Aplique compresso frio ou saco de gelo no ponto atingido.



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Variações nos eitos e talhões


Além dos diferentes tipos de cana, o corte é in



fluenciado pela localização e o estado do eito e do talhão:



Depende de onde está o talhão. Às vezes, você pega um talhão que está mais no



alto, que tem mais vento, ou que foi plantado primeiro... Então, se ele pegar um roda-



moinho ou um vento mais forte, a tendência dele é cair...





O que é eito bom e eito ruim?



Eito ralo é bom, ralinho assim, que tem pouca cana, bastante falha.







Só é ruim para tirar a média de cana...



É ruim para tirar a média. O eito forte é aquele que tem aquelas touceironas de cana, aí já é ruim...



Beirada de carreador com a cana amassada (acero), eles amassam para poder queimar. Este é horrível!



O pior é o nível, quando está com a cana caída e forte de cana, muita cana



no nível...





Nas terras da usina X tem pedra, não tem jeito de você cortar a cana. Você corta as pedras mas não corta as canas. Acaba tudo com o facão e quando acaba, eles não querem dar outro...





Variações no número de ruas do eito



Quando o eito é de 5 ruas, ele é mais largo, facilita para a gente... No eito de 6



ruas, eles estreitam para dar mais produção por pedaço de terra... Nisto, engancha o facão, porque ele tem um bico atrás, ele engancha na outra cana...



– O duro é cortar 7 ruas.



– Por quê?



– Porque aumenta duas ruas, complica a gente...



– 5 ruas é perto. Agora , 7 ruas, tem que carregar a cana, é longe.



Variações das condições climáticas



As condições climáticas também in



fluenciam a atividade:





Eu já me cortei no caso de chover e eu continuar cortando cana. Então, o cabodo facão



fica muito liso... A gente está querendo trabalhar para não perder o dia, escorrega... porque tem aquelas valetas, que eles plantam cana do primeiro corte, o sulco, o



barro, a gente escorrega...





Na verdade, o que está se falando é do esforço exigido em cada tipo de corte, que varia muito de situação para situação. O problema é que toda esta



variação não é levada em conta na avaliação do desempenho dos cortadores, como será mostrado no próximo capítulo, que trata do sistema de pagamento



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OS CORTADORES DE CANA




Dois milhões de hectares cobrindo uma superfície equivalente a um país inteiro como a Suíça: o interior do Estado de São Paulo



é uma imensa plantação de cana. São cerca de 150 milhões de toneladas de cana cortadas por safra, a metade da produção do país, o triplo do Nordeste,



mais de dez vezes a produção de laranjas do Estado, processadas em pouco mais de uma centena de unidades produtivas, entre usinas e destilarias.





Quem percorre as rodovias da região se impressiona com a sua extensão, às vezes é incomodado por um cheiro ácido, do vinhoto, ou de fumaça



negra vinda das queimadas. Tudo parece deserto; ninguém vê os trabalhadores. Parece até que eles não existem, enfiados no meio dos canaviais, pequenos pontos perdidos e isolados. No entanto há milhares deles, homens e



mulheres, em todos os períodos de safra. Muitos vêm de longe, tangidos pelodesemprego e a miséria, outros são da região. Como a rotatividade é grande



e os vínculos empregatícios precários, é difícil saber seu número. Segundo os usineiros, são por volta de 400.000.





Alguns chegam a cortar, com seus facões, vinte toneladas de cana por dia (para fazer uma comparação, um Fusca pesa cerca de 1,2 tonelada). A pro-



dutividade do cortador em São Paulo é a maior do país.





De vez em quando, eles viram matéria nos jornais, em geral como vilões, violentos baderneiros. Foi o que aconteceu em 1984, no episódio de



Guariba, onde foram violentamente reprimidos pela polícia, quando lutavam contra a mudança do sistema de 5 para 7 ruas, que intensificava o trabalho.





Recentemente, num programa de TV transmitido em rede nacional, foram apresentados como trabalhadores que, embora trabalhem muito e pesado,



também ganham muito. Por coincidência, exatamente nessa época, começamos a fazer nosso estudo sobre os cortadores de cana da região de Araraquara e constatamos outra realidade: é verdade que eles trabalham muito, mas



não é verdade que eles ganham muito; eles ganham muito pouco.





O presente texto é o relatório deste estudo, que nasceu de um projeto de colaboração entre pesquisadores da Coordenadoria de Ergonomia da Funda-



centro e o Sindicato dos Empregados Rurais de Araraquara. Seu objetivo era conhecer melhor o trabalho dos cortadores de cana,



a partir da descrição feita pelos próprios trabalhadores, isto é, utilizando o método de pesquisa denominado Análise Coletiva do Trabalho (ACT). Este



método já havia sido utilizado no estudo de outras categorias (pilotos e petroleiros) e se mostrou bastante rico.





Neste caso, a Análise Coletiva do Trabalho se concretizou em 4 reuniões preparatórias com os dirigentes sindicais e em 3 reuniões de análise com



os trabalhadores, feitas na sede do sindicato, em Araraquara, no período de safra de 94/95. As reuniões com os trabalhadores foram previamente agendadas e os participantes convidados pelo sindicato, que arcou com a diária



de cada um, para não serem prejudicados em virtude da ausência ao serviço.





Cerca de 30 trabalhadores, em grupos de 10, e 3 pesquisadoras participaram das reuniões que duraram, em média, 2 horas cada. Eram homens e mulhe-



res, jovens e idosos, experientes ou novatos no corte da cana, trabalhando em várias usinas diferentes.





Todo o material foi gravado com o consentimento deles. Em seguida, asfitas foram transcritas pelas próprias pesquisadoras, originando um relatório preliminar que foi apresentado em reunião no sindicato para um grupo de cerca de 10 pessoas, entre dirigentes do Sindicato de Araraquara e convidados



de outras regiões do interior de São Paulo. Alguns pontos foram corrigidos, porque estavam errados. Porém, todos foram unânimes em afirmar que o relatório refletia a realidade do trabalho dos cortadores de cana de Araraquara e que, em alguns pontos, esta realidade era diferente da de outras regiões próximas, o que poderá incentivar a realização de estudos semelhantes.





No presente texto, as palavras dos cortadores, quando reproduzidas literalmente, aparecem em caracteres itálicos. A divisão dos temas e o seu conteúdo são de responsabilidade apenas das pesquisadoras.



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Variações na cana


Cana rolo, cana impezinha, cana em pé, cana tombada, cana nova, cana



trançada, cana velha, cana pesada, cana grossa, cana



fi



na, cana de soqueira,



cana caída, cana reta, cana na palha, cana verde, cana crua, cana queimada,



cana de 18 meses, cana de 3 anos e meio, cana bisada, cana de primeiro corte,



sobra de cana, cana boa e cana ruim. Estas são algumas denominações de



cana dadas pelos trabalhadores na sua descrição do trabalho. Elas re



fl



etem



diferentes atributos da cana, como peso, idade, estado, que in



fl



uenciam a ati-



vidade do corte, tornando-a mais fácil ou mais difícil.



Cana queimada X cana na palha



Antes de ser cortada, a cana é queimada, o que é feito, em geral, na vés-



pera do dia do corte à noite, por outros trabalhadores que não os cortadores.



Em algumas situações, como nas proximidades das zonas urbanas, porém, os



cortadores devem cortar a cana crua ou “na palha”.



?



É mais difícil cortar cana queimada ou na palha?



?



Na palha



.



?



Por quê?



?



Porque a cana na palha, tem que limpar a palha, tem que tirar a palha, puxar



do lugar do monte, tem muito joçal, é um espinho pequenininho, penetra muito no



corpo da gente... na cara, nas mãos, e dá muita coceira.





A palha corta a gente, onde passa a folha ela corta. Então, fica mais difícil do



que a cana queimada. Porque a cana queimada, você abraça ela e corta. O único pro-



blema é que ela suja a roupa mas não te machuca. A outra machuca, pega o olho na



ponta, é perigoso ficar cego.





Quando a gente vai cortar na palha, tem que ter muito cuidado também. Na usina X, teve uma mulher que foi picada nas costas, picada de jararacão. Ela não mor-



reu mas ficou paralítica... Ela estava cortando cana na palha, a cobra subiu na ponta



da cana e, ela trabalhando, picou nas costas...





Eu acho que uma das maiores desgraças que têm os cortadores de cana é a



queima de cana de dia... Eles chegam, vêem que você vai acabar [o corte] às 11horas... Eles tocam fogo no outro talhão, aquele resto de cana que tem e jogam todo



mundo pra lá... Quando acontece isso, é sempre lá pelas duas horas da tarde e aí já tem



o calor do dia e dobra com o calor da cana, que ela não esfria na hora que você vai... a



cinza fica mais solta, e solta na cara da gente. Você bate o facão no pé da cana e a cinza



vem no seu rosto... Então a gente não consegue trabalhar nem duas horas sem parar;



tem que parar para tomar fôlego, se não a gente não aguenta trabalhar o dia.





Dá tanto ressecamento na garganta da pessoa que um garrafão de 5 litros de água não é capaz de dar para aquela pessoa... Fome não tem porque a cinza tira a fome...





Você bate o facão no pé da cana, você vira um pouco a cara



eu chego muito a fazer isso porque irrita muito o olho da gente.





Você fica todo ressecado, você não aguenta... Então, você chega na sua casa, fica cheio de pó..



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O sistema de pagamento


Embora a produção de cada trabalhador seja medida por metro de linhas de cana plantada ou de rua de cana cortada, seu pagamento é feito por tonelagem de cana, o que exige um sistema de conversão de medidas que, teorica-



mente, segue os seguintes passos:





Pesa-se a cana de uma determinada área, da qual sabe-se uma das dimensões. A partir daí, calcula-se o valor do metro linear de cana plantada em



termos de tonelagem. Multiplicando-se este valor pelo preço da tonelada decana, estabelecido em acordos entre usineiros e sindicatos de trabalhadores,



determina-se o valor do metro de cana cortado. Para ilustrar, tomemos o se-



guinte exemplo:







Características da área superfície:



1 alqueire ou 24.200m² número de linhas:



5 espaçamento entre linhas: 1,40



metro produtividade: 300 toneladas









Cálculo do preço do metro



largura da área: espaçamento entre linhas x número de linhas ou 1,40 x 5 = 7 metros



comprimento da área: superfície ÷ largura da área ou 24.200 ÷ 7 = 3,457 metros





O comprimento da área é a medida que se está procurando





Se a produtividade do alqueire é de 300 toneladas, o valor do comprimento da área também é de 300 toneladas, portanto usa-se uma “regra de três”:



Se 300 toneladas equivalem a 3.457 metros, 1 tonelada equivalerá a X, 3003,4571 X onde X = (3,457 x 1) ÷ 300 = 11,52 metros



Se o preço da tonelada é de R$ 1,18 e se uma tonelada equivale a 11,52 metros, o preço do metro será de: R$ 1,18 ÷ 11,52 = R$ 0,103





As usinas dispõem de tabelas com dados sobre a variação da produti-



vidade e o espaçamento das áreas, o que facilita esses cálculos.



Na prática, a cada dia de trabalho a usina escolhe “aleatoriamente” um



eito, chamado de



eito campeão



que vai servir como padrão para o preço da



cana daquela área.



Pelo dissídio, são negociados apenas dois valores para a tonelada de



cana: uma para a cana de 18 meses e outro para todos os outros tipos de cana.



Na safra de 1994/95, o valor para a tonelada de cana de 18 meses foi de



R$ 1,18 e para as outras, R$ 1,12, segundo o Sindicato.



Este sistema faz com que o preço do metro de cana varie muito. Além



disso, cria contradição entre situação “boa” de corte, porque exige um menor



esforço físico, e situação “boa” de preço, que paga melhor.



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O Sistema de Pagamento por Produção




No corte de cana, utiliza-se um sistema de pagamento por produ-



ção que enquadra toda a atividade dos trabalhadores, tornan-



do-se a mais penosa.





Neste sistema, teoricamente, quanto mais se corta mais se ganha. A



avaliação da quantidade de cana cortada pelos trabalhadores é, portanto, seu



ponto nevrálgico. Ela é feita por meio de um complicado sistema de medidas



que será descrito a seguir.





Medição da cana cortada



A primeira etapa da medição da cana cortada é realizada por um tra-



balhador que se chama “medidor”. Na região de Araraquara, ela é feita por



meio de um compasso de dois metros de raio, que vai sendo rodado no solo e percorrendo toda a rua.





Há dois sistemas diferentes para se fazer a medição da cana cortada: o



metro corrido ou “metrão” e o “metrinho”



.



No metrão, utilizado principalmente nos eitos de 5 ruas, o medidor mede apenas uma rua do eito — a terceira — onde se amontoa a cana cortada.



Por exemplo, se uma rua tem 100 metros e o eito tem 5 ruas, a medida do eito



é de 100 metros. No sistema de metrinho, utilizado em geral nos eitos com mais de 5 ruas, a medição é feita na terceira rua e o seu valor é multiplicado pelo núme-



ro de ruas do eito. Por exemplo, se uma rua tem 100 metros e o eito tem 6 ruas,a medição será de 600 metrinhos.





No final da rua de medição há uma cana em pé na qual o cortador mar-



ca o seu número, identificando que ele é o responsável por ela:



Corta uma cana, finca no chão e põe lá o seu número. Então, com o próprio barro da terra — a gente não tem lápis, não tem nada para marcar — a gente pega um



pedacinho de barro, descasca a cana no meio e marca.





A medição pode ser acompanhada pelo cortador mas, em geral, isto



não acontece:





A maioria [dos medidores] começa a medir conforme vai acabando o eito... Ele espera uma quantidade boa de pessoas cortarem, terminar o eito para depois vir medindo...





É por isso que tem que ter o número na cana, porque às vezes a pessoa não está no eito.



Após a medição, o medidor anota em um papel o número e a metragem de cada trabalhador:



número cinco, 300 metros, naquele dia tal. Esta folha se chama pirulito. Em algumas usinas os trabalhadores ficam com uma cópia do piruli-



to, em outras não. É a partir destas anotações que se vai pagar o trabalhador.



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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Variações na cana




Cana rolo, cana impezinha, cana em pé, cana tombada, cana nova, cana



trançada, cana velha, cana pesada, cana grossa, cana



fina, cana de soqueira,cana caída, cana reta, cana na palha, cana verde, cana crua, cana queimada,



cana de 18 meses, cana de 3 anos e meio, cana bisada, cana de primeiro corte,



sobra de cana, cana boa e cana ruim. Estas são algumas denominações de



cana dadas pelos trabalhadores na sua descrição do trabalho. Elas re



fletem diferentes atributos da cana, como peso, idade, estado, que influenciam a ati-



vidade do corte, tornando-a mais fácil ou mais difícil.





Cana queimada X cana na palha



Antes de ser cortada, a cana é queimada, o que é feito, em geral, na vés-



pera do dia do corte à noite, por outros trabalhadores que não os cortadores.





Em algumas situações, como nas proximidades das zonas urbanas, porém, os



cortadores devem cortar a cana crua ou “na palha”.





É mais difícil cortar cana queimada ou na palha?





Na palha





Por quê?





Porque a cana na palha, tem que limpar a palha, tem que tirar a palha, puxar



do lugar do monte, tem muito joçal, é um espinho pequenininho, penetra muito no



corpo da gente... na cara, nas mãos, e dá muita coceira.





A palha corta a gente, onde passa a folha ela corta. Então, fica mais difícil do



que a cana queimada. Porque a cana queimada, você abraça ela e corta. O único pro-



blema é que ela suja a roupa mas não te machuca. A outra machuca, pega o olho na



ponta, é perigoso ficar cego.





Quando a gente vai cortar na palha, tem que ter muito cuidado também. Na usina X, teve uma mulher que foi picada nas costas, picada de jararacão. Ela não mor-



reu mas ficou paralítica... Ela estava cortando cana na palha, a cobra subiu na ponta



da cana e, ela trabalhando, picou nas costas...





Eu acho que uma das maiores desgraças que têm os cortadores de cana é a



queima de cana de dia... Eles chegam, vêem que você vai acabar [o corte] às 11horas... Eles tocam fogo no outro talhão, aquele resto de cana que tem e jogam todo



mundo pra lá... Quando acontece isso, é sempre lá pelas duas horas da tarde e aí já tem



o calor do dia e dobra com o calor da cana, que ela não esfria na hora que você vai... a



cinza fica mais solta, e solta na cara da gente. Você bate o facão no pé da cana e a cinza



vem no seu rosto... Então a gente não consegue trabalhar nem duas horas sem parar;



tem que parar para tomar fôlego, se não a gente não aguenta trabalhar o dia.





Dá tanto ressecamento na garganta da pessoa que um garrafão de 5 litros de água não é capaz de dar para aquela pessoa... Fome não tem porque a cinza tira a fome...





Você bate o facão no pé da cana, você vira um pouco a cara



eu chego muito a fazer isso porque irrita muito o olho da gente.





Você fica todo ressecado, você não aguenta... Então, você chega na sua casa, fica cheio de pó..



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Talhão, eito, carreador, leira, cana de soqueira, cana rolo, metrão e


metrinho, pirulito... Não adianta recorrer ao dicionário para en-



tender o significado destes termos que, no entanto, são tão familiares aos cor-



tadores de cana. São palavras cujo sentido é bem particular, não só à sua ati-



vidade como à região do Estado de São Paulo; nos canaviais do Nordeste, por



exemplo, alguns deles são empregados outros, porém, são desconhecidos.



Assim, antes de entrar no trabalho propriamente dito dos cortadores



de cana, vamos tentar definir os termos que nos pareceram mais importantes



para melhor entendê-los.





No decorrer do texto, outras explicações surgirão.



Também apresentaremos algumas informações gerais sobre o processo pro-



dutivo da cana, sempre com o objetivo de facilitar a compreensão.





O espaço de trabalho



O espaço de trabalho dos cortadores de cana é o canavial.



Um canavial é dividido em talhões e cada talhão é composto por várias



linhas de canas plantadas paralelas. Talhão é, portanto, a designação dada a uma área cultivada; não tem uma medida especí



fica, tanto pode medir 2 como 20 hectares. O espaçamento entre as linhas, formando as



ruas, variaconforme a topografia, a área, o tipo de solo, a variedade de cana etc, mas



em geral, se mantém uniforme em cada talhão. Estas linhas são agrupadas formando oseitos





Em geral os eitos são compostos por 5 linhas de cana, mas



podem existir eitos de 6, 7 ou 8 ruas. A extensão de cada eito também varia.





Os talhões são cercados por ruas mais largas, os carreadores, onde circulam os tratores e caminhões que transportam a cana cortada para a usina.





Acero



é a divisa entre o talhão e a estrada principal.





O processo produtivo e a divisão do trabalho



O processo produtivo da cana-de-açúcar possui diferentes etapas: o



preparo do solo; a escolha da variedade agrícola da cana; o plantio; a adu-



bação; a conservação do solo; o corte; o carregamento e o transporte para as



unidades de beneficiamento, usinas ou destilarias onde vão ser produzidos



álcool, açúcar ou outros produtos.





O corte e o carregamento tem sido rotulados de “sistema de colheita”.





No Estado de São Paulo, o mais produtivo do país, este processo é cui-



dadosamente planejado, com técnicas modernas de gestão empresarial.





A divisão do trabalho é feita de tal forma que cada etapa empregue



grupos de trabalhadores diferentes.





Este relatório tratará apenas da etapa do corte manual da cana, a que emprega o maior contingente de trabalhadores rurais. Eles trabalham apenas



na época da safra, de maio/junho a dezembro.







Para aumentar a produtividade agrícola, tem-se expandido em algumas usinas a “colheita mecanizada”, onde o corte e o carregamento são realizados



inteiramente por máquinas. Embora atual e polêmico, em virtude de aumentar o desemprego, este assunto não será abordado neste relatório; apenas re-



gistraremos a fala de um cortador:





A máquina só corta no plano e cana em pé. Cana deitada mesmo já não corta. A cana rolo, se a máquina cortar, estraga tudo... Eles põem a gente para cortar as canas ruins e a máquina para cortar as canas boas.



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